Sexta, 01 Outubro 2021 15:45

Projeto da CGJ-RO aborda táticas de prevenção ao suicídio após Setembro Amarelo

A Corregedoria-Geral da Justiça de Rondônia (CGJ-RO) recebeu os majores do Corpo de Bombeiros e especialistas em ocorrências de suicídio, Francisco Júnior Andrade e Felipe Vital, na sexta-feira (1º). Os oficiais abordaram técnicas humanizadas utilizadas para evitar que pessoas tentem tirar a própria vida e outros aspectos sobre o autocídio. O bate-papo aconteceu durante o projeto "CGJuntinhos", que acontece quinzenalmente como iniciativa de integração dos servidores. 

Durante a conversa, o major Francisco Júnior Andrade, bombeiro com experiência em ocorrências desse tipo, explicou que não há causa específica para a tentativa de suicídio. "São vários fatores somados, mas a pessoa toma uma decisão por conta de um rompante. O suicida também não tem características específicas, acredito que todos já conhecemos pessoas que tentaram e não deram sinais claros" pontuou. 

Entretanto, o major explicou que alguns comportamentos podem ser monitorados e até identificados, a exemplo das ideações como frases ou atitudes de isolamento. "Ninguém morre por sucidio, mas em decorrência de problemas de saúde mental. Banalizar casos com frases “quem quer se matar se mata" ou "ele quer aparecer” é um erro porque essa tentativa de aparecer é uma forma de pedir socorro", disse o major, complementando que a ambivalência entre tirar a dor e querer ajuda é um sinal comum. 

Abordagem do Corpo de Bombeiros 

Os oficiais explicaram que, atualmente, em uma ocorrência envolvendo suicídio, o Corpo de Bombeiros utiliza a "abordagem técnica", cuja premissa é o respeito. Isso porque a “abordagem tática”, aquela em que o bombeiro pega a pessoa de surpresa pode ser compreendida como um ato de enganar, dificultando uma possível recuperação. 

"Usamos a abordagem tática em último caso, pois com a técnica, sabemos que a pessoa tentante decidiu não cometer o ato. Dificilmente voltamos a ver essa pessoa, ao contrário da quando usamos abordagem tática. Até porque, se eu engano alguém, é bem mais difícil ganharmos a confiança dessa pessoa novamente", exemplificou. 

 

O que fazer e o que não fazer 

Os oficiais explicaram que, nos casos em que houver pessoa tentando atos de sucídio, o ideal é acionar o corpo de bombeiros e, se possível, isolar o local. "Ajuda muito chegar em um local isolado porque, em casos diferentes, a população fica ansiosa, quer tirar fotos", relatou o major Andrade. 

Outro cuidado é não aceitar levar as pessoas que o tentante está solicitando presença, pois não sabe-se o que ela significa naquela ocasião. "Não podemos mentir, queremos o princípio da verdade e eliminar ao máximo fatores de risco, que é tudo aquilo que possa atrapalhar a ocorrência, inclusive falar com pessoas específicas'', finalizou. 

 

Casos diversos 

O major Felipe Vital também relatou que a ocorrência pode ser num lugar repetido, como pontes ou lugares altos, e os motivos são diversos, desde depressão, bipolaridade, substâncias entorpecentes e/ou motivos passionais. "Às vezes está acontecendo no leito da nossa casa e não há sensibilidade para ajudar aquele ente amigo, especialmente dentre adolescentes e idosos", disse. 

 

CGJuntinhos

O CGJuntinhos é um projeto interno da Corregedoria que reúne os servidores quinzenalmente - e de forma virtual - para tratar sobre temas específicos; comunicações internas e conhecer servidores. As palestras podem ser feitas por convidados dos servidores. Dentre eles já estiveram presentes Ademir Picolli, advogado, e Samer Agi, juiz de direito do Judiciário brasiliense e professor. 

 

 

Comunicação Interna