A
Escola da Magistratura do Estado de Rondônia (Emeron) realizou, na última
terça-feira (16), o encontro presencial de finalização da segunda turma do
Curso de Língua Brasileira de Sinais (Libras) – Modalidade EaD, voltado a
servidores do Tribunal de Justiça de Rondônia do interior e capital do estado
que prestam atendimento ao público. Ministrada por Nathali Machado, tradutora e
intérprete de Libras do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de
Rondônia (IFRO), a formação é a primeira na modalidade a distância desenvolvida
pela própria Emeron.
O objetivo é atender à Resolução N. 230/2016 do Conselho Nacional de Justiça, que determina que os órgãos do judiciário disponham de no mínimo 5% dos servidores capacitados para uso e interpretação da Libras, de modo a ampliar a acessibilidade comunicacional para pessoas surdas. O curso possibilita conhecer os conceitos da linguagem e da comunidade surda, bem como as especificidades da língua portuguesa em relação à Libras, identificando elementos como o alfabeto manual, expressão facial, necessidades das pessoas surdas, identidade e cultura surda, além dos sinais básicos para diálogo.
O encontro
presencial final serve para consolidar a aprendizagem por meio da realização de
atividades e exercícios práticos, com demonstrações e simulações de
conversação, e visa a internalização e fixação do conteúdo estudado em EaD para
preparar os participantes ao diálogo com o público surdo. Participou do
encontro uma aluna surda de Nathali no IFRO, que foi convidada para interagir
com os cursistas. A ministrante destaca a importância desse momento prático: “Eles
sempre me surpreendem muito quando chegam aqui, quando você presencialmente
pergunta e eles sabem os sinais é muito empolgante ver como conseguiram
aprender e se desenvolver ao longo do curso”.
Nathali
conta que um dos servidores sofreu grande perda auditiva recentemente e teve no
curso seu primeiro contato com a Libras, que será importante não só para a
adaptação no trabalho mas também para sua vida pessoal. “Para conseguir se
comunicar, ele estava tendo que usar o gravador de áudio do celular que escreve
as palavras”, diz. Na primeira turma, ela já havia estabelecido com os alunos um
grupo no Whatsapp para dar continuidade à aprendizagem, com envio de vídeos,
links e conversa por meio de gravações. “Ele e os demais cursistas da segunda
turma vão participar desse grupo também e vou ajudar a inseri-lo na comunidade
surda para ele ter contato e adquirir a linguagem mais rápido”, complementa a
instrutora.
Outro
aluno, o chefe de cartório na 4ª vara cível de Vilhena Kleber Gilbert acha importante
que o TJRO tenha servidores capacitados “pela legislação, mas também para
atender o jurisdicionado que precisa desse tipo de atendimento”, que segundo
ele é uma modalidade ainda deficiente na maioria dos órgãos públicos. Para o
servidor, alguns colegas se interessam pela formação não só pela questão do atendimento,
mas pela vida em si. “Hoje somos cercados de pessoas que precisam de contato, é
um diferencial em todas as esferas, porque se você vai visitar qualquer
instituição raramente encontra um intérprete, a cultura da acessibilidade já
deveria estar mais avançada”, acrescenta.
Kleber
também considera o encontro essencial para a formação: “Curso de línguas, para
qualquer língua, tem a necessidade de um treinamento prático, ajuda a aprimorar
os conhecimentos adquiridos do EaD porque você tira dúvidas e consegue entender
melhor como agir e trabalhar utilizando a Libras, pode-se dizer que é um dia
para uma vida e vai melhorar muito a prestação jurisdicional”.
Em uma
parceria institucional, três servidoras da Defensoria Pública do Estado (DPE)
participaram da turma: Meiriane Farias, da divisão de tecnologia da informação,
Eliana Soares, da divisão administrativa, e Barbara Costa, do gabinete do
defensor público geral. Elas montaram uma comissão de acessibilidade para
formular um projeto na área, que a DPE ainda não possuía e para o qual a
presença no curso da Emeron serve como primeiro passo.
Agora,
a ideia é oferecer aos demais membros e servidores a capacitação no atendimento
às pessoas surdas, nos mesmos moldes do TJRO. “Já proporcionou um amplo
vocabulário em se tratando de um curso básico, auxilia muito nesse primeiro
contato com o surdo quando ele chega pedindo uma informação ou querendo ver algo
no processo, supre essa necessidade inicial”, garante Meiriane, que participa
de um grupo de pesquisa de direitos humanos surdos e já auxiliava no
atendimento a essas pessoas na Defensoria. “A DPE é a casa da cidadania, então
a gente tem que estar preparado para receber pessoas com todas as necessidades
que elas tiverem”, conclui Barbara.
Fonte: Assessoria de
Comunicação – Emeron
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