809 Visualizações

Dicas de liderança e gestão de pessoas

Por Marcos Paulo Soares da Silva (psicólogo lotado na Diadec/DDS/SGP)

17/06/2020 05:35


Uma questão afeta às lideranças é o enfrentamento de conflitos e tensões. Como líder será impossível fazer com que desapareçam, considerando ser esta uma característica das relações humanas. Mas a chave está em aprender a controlar de maneira efetiva os focos de conflitos, valendo-se de algumas estratégias como guia da produtividade e bem-estar laboral.

1.                  Um aspecto importante na postura do gestor é estimular a equipe em reconhecer a importância do fazer de cada membro, evitando comparações internas quanto à complexidade das ações desenvolvidas ou equivocadas comparações do grau de importância. Todos são responsáveis pelo bom andamento dos trabalhos e a soma das partes jamais será maior que o todo. Uma observação comum em equipes com tensões relacionais é um acentuado clima de competição interna, ou equipes que interatuam em clima de rivalidade, como se o fazer diário fosse uma eterna competição, em que um deve perder para o outro sagrar-se campeão.

2.                  A equipe deve participar do processo de tomada de decisão, sem tirar a responsabilidade do gestor em decidir. Cabe ao líder elaborar um plano de ação estratégico para conduzir os trabalhos aos objetivos organizacionais. Quando todos participam das discussões e tem a oportunidade de atuar na construção de uma proposta de trabalho há um maior senso de comprometimento da equipe, e o líder pode valer-se destes múltiplos olhares. Numa estrutura hierarquizada, às vezes a melhor alternativa para solução do problema vem da base, dos que ocupam os postos de menor complexidade, mas possuem o distanciamento emocional do problema para enxergar o fenômeno com mais clareza.

3.                  Mas lembre-se, o gestor é o responsável pela tomada de decisão. É natural desagradar parte da equipe, ou até mesmo a todos que a compõe numa decisão de mudança estrutural ou pela implantação de novas rotinas e/ou fluxos de trabalho. Nem sempre é possível conciliar interesses institucionais com as expectativas das pessoas. Uma estratégia para o melhor entendimento da equipe é facilitar a percepção do sentido que fundamenta a escolha. Todavia, toda mudança gera sentimentos de insegurança, e a maior parte das pessoas evitam situações que alteram a rotina habitual.

As atribuições em estar como gestor são amplas e exige um contínuo aperfeiçoamento para plena capacidade em liderar. Para além das questões descritas na função estratégica, existem papéis importantes implícitos neste cargo:

-    Formule ações para desenvolver o conhecimento, as habilidades e as atitudes dos membros da equipe. Seja um líder responsável pelo crescimento de todos. Como diz Peter Druker: “Nenhuma organização pode ir melhor do que as pessoas que tem”.

-    Estabeleça um clima de ajuda mútua, e valorize as pessoas comprometidas com o desenvolvimento dos demais. A responsabilidade em treinar um servidor para uma nova atividade, ou ensinar o trabalho aos iniciantes é do gestor. Todavia, ao delegar essa atribuição, redimensione as metas de quem assumiu a responsabilidade e valorize a ação. O bom clima relacional também pode ser mensurado pela qualidade do acolhimento aos novos servidores.

-    Seja assessor, mentor e tutor dos integrantes da equipe. Aos que não sabem, ensine! Aos que não podem, dê as condições, ou mostre alternativas dentro da organização! Ninguém consegue produzir com eficácia sem as condições básicas. Esteja atendo as necessidades da equipe, ou poderá ser vítima do princípio de PETER[1]: “as pessoas são promovidas, até atingirem o seu nível de incompetência”.



Ressaltamos que, o Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia possui uma equipe de Psicologia Organizacional, capacitada para instruir e mediar essas questões.

Caso algum gestor ou servidor perceba a necessidade de uma intervenção desta equipe, favor entrar em contato através dos telefones: (69)3217-1093/1094/1125, pelo e-mail: diadec@tjro.jus.br, ou encaminhar um SEI à Diadec, expondo a situação.



[1] PETER, Laurence J. e HULL, Raymond. The Peter Principle (1969)