Na última semana de junho, a Escola da Magistratura do Estado de
Rondônia (Emeron) deu início à realização de suas atividades de Educação a
Distância (EaD) de ordem técnica, gerencial e comportamental, no formato de lives.
As ações virtuais foram normatizadas, enquanto durar o período de
distanciamento social decorrente da pandemia da Covid-19, pela instrução
nº 2/2020 da Emeron, publicada no Diário da Justiça do dia 19 de junho.
Na sexta-feira (26), ocorreu a palestra digital
para magistrados e servidores do Tribunal de Justiça de Rondônia, com o título
“Proatividade em tempos de pandemia”, ministrada pela juíza federal Ana
Cristina Monteiro de Andrade e Silva, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região
(TRF4). O evento ao vivo abordou as ações de proatividade, iniciativas para
otimizar tarefas, antever imprevistos e conduzir os desafios do novo cenário
mundial com assertividade e leveza.
A palestra foi aberta pelo vice-diretor da Emeron,
juiz Edenir Albuquerque da Rosa, que introduziu a ministrante: “Olha só o que a
pandemia faz, faz a gente se superar da tragédia ou situação de dificuldade e
ver soluções e outras coisas boas acontecendo, e a sua palestra é uma delas,
para aproveitarmos ao máximo”. Doutora em Administração e formadora da Escola
Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam), na temática
Gestão de Pessoas no Poder Judiciário, Ana Cristina apresentou a teoria da
proatividade do psiquiatra austríaco Viktor Frankl, além de dicas aos gestores
de como enfrentar esses tempos desafiadores.
“Viktor descobriu que entre o estímulo e a
resposta, existe a liberdade de escolha, assim podemos decidir todas as coisas
que nos afetam”, explica a magistrada. Ela diz que o segredo principal da mente
proativa é subordinar o impulso a um valor, não respondendo imediatamente ao
estímulo sem resguardar seus valores. Por fim, Ana Cristina discorreu sobre influência
e preocupação, e como destinar a energia de forma proativa, orientando os
gestores a lidar com as equipes com base nesses conceitos.
Vivências LGBTQ+
Na terça-feira, 30, aconteceu a primeira live
da Emeron aberta ao público geral (com certificação de 2 horas-aula), o fórum “Vivências
LGBTQ+ no ambiente institucional: Perspectiva legal e caminhos afirmativos”, em
alusão ao encerramento do Mês Internacional do Orgulho LGBTQ+ (lésbicas, gays,
bissexuais, pessoas trans, queer e outras), comemorado anualmente em junho. Três
servidores, da Emeron e TJRO, trouxeram depoimentos relatando suas vivências,
inclusive no ambiente corporativo, e abordaram ainda: identidades trans,
violência LGBTfóbica, legislação relacionada a essa população e ações
afirmativas.
Eles foram mediados pela juíza Úrsula Gonçalves
Theodoro Souza, mestre em Direitos Humanos e Desenvolvimento da Justiça
(Universidade Federal de Rondônia/Emeron) e formadora em gestão de pessoas, mediação
e conciliação. A magistrada do TJRO fez a abertura do fórum online, mencionando
a origem e importância do Mês do Orgulho para a comunidade LGBTQ+, bem como da
iniciativa da Emeron em alinhamento ao Pacto Global, da qual é signatária, na
busca pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização
das Nações Unidas (ONU), entre eles atuar no respeito à dignidade humana e
trabalho decente a todos.
O primeiro palestrante foi o técnico judiciário
Herbert William Ramos, estudante de psicologia e lotado na Divisão de Formação
da Emeron. O servidor contou sua história de vida, permeada por reflexões como
a diferença entre aceitação e respeito: “Dar o respeito devido é olhar uma
segunda vez, com um olhar que ultrapasse o preconceito”. No ambiente
institucional, Herbert explicou como o respeito é “essencial para garantir a
liberdade, a representatividade, a humanidade de todos os servidores e da
população atendida pelo nosso Tribunal”.
Jornalista da Emeron, Gustavo disse que o fórum
por si só já era um símbolo de acolhida institucional. Ele apresentou o
significado da sigla LGBTQ+ (e outras letras derivadas), além das diferenças
entre sexo, identidade de gênero e orientação sexual, e ao final tratou da
invisibilidade e mesmo ausência da população T (travestis, transexuais e
transgêneros) em ambientes corporativos como o do TJRO. Parafraseando o
movimento Vidas Negras Importam, o servidor afirmou: “Não basta não ser
LGBTfóbico, é preciso ser anti-LGBTfóbico”.
Por fim, o analista e professor Leandro Fonseca
Missiato, mestre em Psicologia, falou sobre as experiências homoafetivas em
todo tipo de instituição, mesmo fora do ambiente do trabalho, partindo da
família e da escola. “O sofrimento, enclausuramento e silenciamento sobre os
corpos e vivências homoafetivos começam desde o nascimento”, pontuou. O
psicólogo elencou as violências a que a população LGBTQ+ está sujeita, com base
nos códigos da heteronormatividade: “Elas representam um processo que está em
curso secularmente, para o aniquilamento dessas vidas”.
Úrsula fez o fechamento do evento, com uma fala
sobre os direitos já alcançados para a comunidade, principalmente por meio de decisões
de tribunais superiores a partir da falta de ação do legislativo, como a
recente criminalização da LGBTfobia em equiparação ao racismo, ou ainda o
casamento homoafetivo. “Na ausência desse espaço político de discussão desses
direitos, o Poder Judiciário e o ativismo jurídico, no estabelecimento de
direitos onde há violações, recheiam com muita qualidade o debate dessas
questões”, concluiu.
Os dois eventos estão disponíveis na íntegra no
canal da Emeron no YouTube (www.youtube.com/EscolaEmeron).
Magistrados, servidores, docentes e discentes dos
cursos promovidos pela Escola podem encaminhar propostas de outras ações
educacionais ao e-mail pedagogicoemeron@gmail.com.
A Emeron disponibiliza também em seu site um formulário, com as informações
que devem ser enviadas.
Fonte: Assessoria de Comunicação – Emeron
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