Para comemorar 34 anos de fundação, completados na semana passada, a
Escola da Magistratura do Estado de Rondônia (Emeron) promoveu, ontem (27) à
noite, a live “Amazônia Sustentável: Desafios e oportunidades”, ministrada pelo
conhecido pesquisador da Amazônia, Adalberto Veríssimo. Realizada no canal da Emeron no YouTube, a
palestra foi destinada especialmente aos magistrados do Tribunal de Justiça de
Rondônia e aos alunos das pós-graduações da Escola em Direito Ambiental (AMBRO),
Especialização em Direito para a Carreira da Magistratura (EDCM) e mestrado profissional
interdisciplinar em Direitos Humanos e Desenvolvimento da Justiça (DHJUS),
oferecido pela Universidade Federal de Rondônia em parceria com a Emeron.
A live comemorativa foi aberta pelo diretor da Escola,
desembargador Miguel Monico Neto, que salientou o momento atual da Emeron, de
maior destaque às questões ambientais, com a criação da AMBRO, cuja primeira
turma está em andamento. “A palestra de hoje tem um significado muito
importante, a Escola iniciou em 1986 e nesse mês comemora 34 anos de
existência, ela chegou a esse patamar graças a muito esforço de todos os
diretores que passaram, todos os magistrados, muita gente colaborou com isso,
fica o agradecimento meu e de todos os servidores pelo comprometimento que
tiveram”, disse Monico. O diretor relembrou que a Emeron é a primeira Escola da
Magistratura da Região Norte autorizada a oferecer regularmente cursos de
pós-graduação, reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC) e com certificação:
“Somos escola de governo, o que aumenta a nossa responsabilidade”.
Pesquisador sênior do Instituto do Homem e Meio Ambiente da
Amazônia (Imazon), um dos principais centros de pesquisa e ação estratégica da
Amazônia, do qual foi cofundador há 30 anos em Belém (PA), Adalberto é engenheiro
agrônomo com pós-graduação em ecologia pela Universidade Estadual da
Pensilvânia (EUA). Após iniciar a abordagem do tema da palestra a partir da
perspectiva da história natural, ele alertou que o desmatamento da Amazônia
atual equivale à extensão das áreas dos estados de São Paulo e Minas Gerais
somadas. “O Brasil, apesar de sua riqueza, não é uma potência econômica (com apenas
1% do Produto Interno Bruto per capita mundial), tampouco cultural,
diplomática, política, tecnológica ou nas forças armadas, mas é uma potência
agrícola e ambiental”, pontuou.
Autor de mais de 100 trabalhos técnicos e científicos e 20 livros
sobre meio ambiente e desenvolvimento sustentável, o cientista salientou que a
continuidade do desmatamento, com a destruição das florestas e do equilíbrio do
meio ambiente, não permitirá que continuemos a ser essa potência agrícola. “Isso
certamente retirará nossa capacidade de competir no mundo”, frisou. Adalberto apresentou
alguns números que impressionam: dos 5 milhões de km² que compõem a Amazônia Legal,
ou 59% do território nacional, 80 milhões de hectares (o que representa 20%) já
foram desmatados, sendo apenas 10% utilizados com boa produtividade, para grãos
e carne bovina. “60% foi para baixa produtividade e 30% das áreas, ou 22
milhões de hectares desmatados, já foram abandonadas”, comentou.
Além disso, a Amazônia representa apenas 8% do PIB per capita do país,
com 12 milhões de habitantes, mas tem 42% das emissões de gases do efeito
estufa de todo o Brasil. “Há um paradoxo: se a economia do país vai bem, o
desmatamento diminui, mas se vai mal, o desmatamento aumenta”, apontou o
pesquisador, que liderou trabalhos que resultaram na criação de Unidades de
Conservação na Amazônia e, em 2014, coliderou a iniciativa do Índice de
Progresso Social (IPS) na Amazônia brasileira, sendo escolhido uma das personalidades
do ano pela revista Época, além de receber o prêmio nacional “Gente que faz” do
jornal O Globo, na categoria Sustentabilidade.
“As mudanças climáticas estão na agenda econômica mundial e isso é
considerado fundamental para os próximos anos, o mundo dos negócios está dando
claros sinais ao nosso país”, concluiu Adalberto, dando um exemplo: “Apesar de
nossa produção agrícola, o maior fundo de investimento do mundo, de U$ 3,7
trilhões, responsável por grandiosos investimentos por todo o globo, já afirmou
restrições ao país”. Ao final da palestra, Adalberto respondeu a perguntas do
público, mediadas pelo diretor da Emeron.
Uma das alunas da EDCM, Margarete Pereira, representou os discentes
da Escola. A acadêmica agradeceu a “brilhante e enriquecedora palestra que a Emeron
proporcionou e que dá fôlego e uma visão diferente da Amazônia para todos os alunos”.
Assim como as demais lives promovidas pela Escola
desde o fim de junho, a partir da instrução
nº 2/2020, a palestra comemorativa já está disponível permanentemente no
canal do YouTube (youtube.com/EscolaEmeron). A próxima live, na semana que vem,
será o ciclo de palestra Entenda seu Contracheque, nos dias 2 e 3 de setembro,
às 18h, destinado a profissionais do judiciário. As inscrições
estão abertas no site da Escola (emeron.tjro.jus.br), com certificação total de
4 horas-aula.
Fonte: Assessoria de Comunicação – Emeron
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