Ao longo do último mês, a Escola da Magistratura de Rondônia
(Emeron) promoveu duas novas formações para servidoras e servidores do Tribunal
de Justiça do Estado, intituladas: O Direito à Convivência Familiar e
Comunitária de Crianças e Adolescentes no Cotidiano do Trabalho de Assistentes
Sociais e Psicólogos/as, e o Curso de Aperfeiçoamento em Mediação Familiar
Emancipadora e Responsável. Ambas as formações foram realizadas na modalidade Educação
a Distância (EaD), por meio do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) da Emeron.
A primeira, entre os dias 9 e 24 de setembro, foi destinada a 40 assistentes
sociais e psicólogos/as da Vara de Proteção à Infância e Juventude de Porto
Velho e das comarcas do interior, além de contar com a participação de dez representantes
das Secretarias de Assistência Social e Família (Semasf) das prefeituras de
Porto Velho e Candeias do Jamari, que atuam nas unidades de acolhimento dos
municípios. Coordenado pela assistente social Viviani
Oertel, chefe da Seção de Fiscalização de Programas Protetivos em Porto Velho,
e ministrado por Gracielle Cardoso, assistente social no Tribunal de Justiça do
Estado de São Paulo, e Dilza Matias, ambas mestres em Serviço Social pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), o curso teve como objetivo contribuir
para a construção de metodologias críticas no contexto do trabalho profissional,
de forma que os/as assistentes sociais e psicólogos/as desenvolvam as
intervenções com as devidas atualizações que o exercício das funções exige,
sendo capazes de construir respostas compatíveis com as necessidades de
ampliação dos direitos de cidadania das famílias atendidas.
Os Núcleos Psicossociais (Nups), em geral, atuam
em processos de medida protetiva cujas crianças e adolescentes estão acolhidos
institucionalmente e, por consequência, privados do seu direito à convivência
familiar e comunitária. Atualmente, o fortalecimento desse direito e de ações
alternativas ao acolhimento institucional tem sido alvo de muitos debates e
estudos por parte dos operadores do direito relacionados à infância. O/a assistente
social e psicólogo/a têm como função principal a produção de laudos que
subsidiam as decisões judiciais, devendo, portanto, ser o mais assertivo
possível, fato que exige desses profissionais a preocupação de discutir e
garantir o direito à convivência familiar e comunitária de crianças e
adolescentes, sobretudo as que estão em serviços de acolhimento, na perspectiva
da efetivação da proteção integral de crianças, adolescentes e suas famílias,
conforme preconizada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
O curso propôs a articulação das dimensões éticas,
políticas e técnicas, por meio de três unidades principais: reflexões a partir
da ética e do cotidiano do trabalho profissional da/o assistente social e
psicóloga/o; a judicialização e o trabalho com as famílias; e os registros de histórias
vividas e contadas. A aluna Jucerlânia Ribeiro, assistente
social lotada no Núcleo Psicossocial da comarca de São Miguel do Guaporé, diz que
a abordagem do tema foi essencial para otimizar o desenvolvimento da atuação
profissional nessa área sociojurídica. “Foram temas muito reflexivos e
intrigantes, que nos impulsionaram a ter uma visão mais ampla do nosso
cotidiano profissional e das possibilidades de contribuir ainda mais para a
garantia do direito à convivência familiar e comunitária de crianças,
adolescentes e suas famílias”, pontua.
Mediação
Realizado de 9 de setembro a 1º de outubro e organizado pelo
Instituto de Mediação e Arbitragem de Portugal (IMAP), por meio do Instituto de
Pesquisas Interdisciplinares para a Paz (InterPaz/SC), o aperfeiçoamento em
mediação familiar foi voltado a 40 mediadores/as e conciliadores/as que atuam nos
Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) de todo o
estado. Diretamente de Lisboa, os ministrantes Pedro Martins e Juan Carlos
Vezzulla, mediadores e formadores em países da América Latina, Europa e África,
propiciaram a reflexão e sensibilização dos participantes para que compreendam
adequadamente os meios consensuais de solução de conflitos e seus objetivos, resultando
em práticas corretas e tendo como foco a solução adequada e o fortalecimento
dos vínculos individuais e coletivos.
Pedro, que atua como mediador dos serviços de mediação familiar e
dos julgados de paz do Ministério da Justiça de Portugal, além de professor
universitário na área na Universidade Católica Portuguesa de Lisboa e no
Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP de Lisboa), afirma que
pôde, ao longo das 24 horas de curso, constatar “o enorme compromisso que os
mediadores da área de família têm para com as pessoas que recorrem aos serviços
de mediação no estado de Rondônia”. Segundo ele, por meio da partilha de experiências,
foi possível refletir sobre a prática, mas sempre procurando aprimorar alguns
conhecimentos teóricos, tão importantes para que o serviço esteja centrado nas
pessoas. “Para nós, enquanto IMAP, foi um privilégio estar neste curso e poder
interagir com os mediadores de Rondônia, enquanto equipe de formação também
crescemos e isso é o que nos fascina no Instituto, ao poder partilhar os nossos
conhecimentos também estamos a procurar escutar aquilo que os outros têm para
trazer, e os mediadores de Rondônia trouxeram muito”, conclui o professor.
Fonte: Assessoria de Comunicação – Emeron
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