Estão abertas, até o próximo dia 28 de junho, as inscrições exclusivas
a magistradas e magistrados para o curso Violência Doméstica e Familiar contra
Mulheres e Violência de Gênero, promovido pela Escola da Magistratura do Estado
de Rondônia (Emeron) na modalidade Educação a Distância (EaD), com
web-conferências, de 1º a 18 de agosto.
Interessados em participar da formação deverão realizar suas inscrições por
meio do menu Inscrições, no
site da Emeron.
São ofertadas 40 vagas, sendo que as não preenchidas serão
direcionadas a assessores e assessoras, que serão indicados exclusivamente pela
Divisão de Acompanhamento e Desenvolvimento de Carreiras (Diadec), em momento
oportuno. As inscrições de magistradas e magistrados serão encaminhadas para a
Corregedoria-Geral da Justiça, para aprovação.
Com carga horária de 20,5 horas-aula, a formação será ministrada
pelo desembargador do TJRO Álvaro Kalix Ferro, pelas servidoras psicólogas Mariangela
Aloise Onofre e Aline Dantas, bem como a assistente social e servidora
aposentada Maria Inês Soares de Oliveira. Será abordado como os estereótipos e
preconceitos de gênero levam à violência doméstica, além das formas adequadas
de atuação com a aplicação dos protocolos para eliminar fatores que levem à
revitimização e para decidir com segurança jurídica as medidas de proteção e
assistência.
A Recomendação CNJ nº 79/2020, que dispõe sobre a capacitação de
magistrados e magistradas em direitos fundamentais e perspectiva de gênero,
ressalta a importância da oferta permanente de capacitação sobre a temática,
considerando que é dever do Estado criar mecanismos para coibir a violência
doméstica, para a correta aplicação da Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha).
O Comitê para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher
(CEDAW) observa que, em todas as áreas do direito, os estereótipos comprometem
a imparcialidade e integridade do sistema de justiça, o que pode, por sua vez,
levar à denegação da justiça, incluindo a revitimização de denunciantes.
Desse modo, é necessário que o juiz e a juíza tenham sensibilidade
e conhecimento da matéria e se apropriem de instrumentos para conhecer a
situação da vítima, do agressor e o histórico da violência, a fim de
identificar o risco de nova agressão ou feminicídio e estabelecendo o plano de
segurança e de apoio à vítima, bem como garantindo a celeridade na apreciação
dos pedidos de medida protetiva de urgência e cautelar, inclusive nos casos de
juiz/juíza plantonista. Em 2021, o Conselho Nacional de Justiça publicou o
Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero, para colaborar com a
implementação das políticas nacionais estabelecidas pelas Resoluções CNJ ns.
254 e 255, de 4 de setembro de 2018, relativas, respectivamente, ao
Enfrentamento à Violência contra as Mulheres pelo Poder Judiciário e ao
Incentivo à Participação Feminina no Poder Judiciário.
Com isso, o Conselho avança na direção de reconhecer que a
influência do patriarcado, do machismo, do sexismo, do racismo e da homofobia é
transversal a todas as áreas do direito, não se restringindo à violência
doméstica, e produz efeitos na sua interpretação e aplicação, inclusive, nas
áreas de direito penal, direito do trabalho, tributário, cível, previdenciário,
entre outros. A orientação está de acordo com a Convenção Interamericana para
Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher (Convenção de Belém do
Pará), que determina aos Estados partes agir com o devido zelo para prevenir,
investigar e punir a violência contra a mulher, bem como que incorporem na sua
legislação nacional normas penais, processuais e administrativas.
Diante da própria dimensão do conceito de acesso à justiça, o
Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero foi criado com escopo de
orientar a magistratura no julgamento de casos concretos, de modo que
magistradas e magistrados julguem sob a lente de gênero, avançando na
efetivação da igualdade e nas políticas de equidade, de forma que o julgar
permitirá uma atuação jurisdicional mais transparente, legítima, fundamentada e
respeitosa às partes envolvidas.
Fonte: Assessoria de Comunicação – Emeron
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