Na
sexta-feira (25), ocorreu o segundo e último dia do I Encontro de Diretores de
Escolas Judiciais da Amazônia, realizado na sede da Escola da Magistratura do
Estado de Rondônia (Emeron). A programação teve
continuidade com mais painéis e debates sobre o tema dos caminhos e
perspectivas da educação judicial na região amazônica.
No primeiro painel da manhã, o presidente do Tribunal de Justiça de
Rondônia e ex-diretor da Emeron (biênio 2018-2019), desembargador Marcos Alaor
Diniz Grangeia, abordou “O Papel das Escolas de Magistratura na Formação Ética
dos Magistrados – Desafios para a construção de uma agenda”. Ressaltou que o
magistrado(a) tem que ser ético(a) tanto na vida privada, como em sociedade e
no processo: “Para manter a legitimidade do atual padrão da carreira, é
necessário que todos ajam eticamente, pois daí deriva a confiabilidade que ela
confere”. Para o presidente, os tribunais precisam de autonomia administrativa,
pedagógica e orçamentária para as escolas judiciais. “As escolas precisam ser
emissoras de soluções para os problemas do Tribunal de Justiça”, pontuou.
A seguir, foi a vez do desembargador do TJRO Alexandre Miguel, professor
da Emeron, ministrar o painel “Pontes Digitais: a Educação a Distância
conectando a Amazônia. Peculiaridades regionais”. O magistrado apontou para a
tecnologia como possibilidade de uma nova educação. “Temos as tecnologias à
mão, com a progressão da web até a 4.0, para uma educação também 4.0, com o uso
constante e plural da tecnologia para o ensino-aprendizagem”, disse. Segundo
ele, os três condicionantes da educação 4.0 são: saber conhecer, saber fazer e
saber ser.
Entre os painéis, os participantes faziam perguntas aos conferencistas,
com os debates sendo mediados pelo diretor da Emeron, desembargador Raduan
Miguel Filho. Ao longo do evento, também houve relatos de experiências sobre as
redes de cooperação, suas periculosidades, obstáculos e superações, bem como
trocas de práticas exitosas.
O desembargador Marco Villas Boas, do Tribunal de Justiça do Tocantins e
presidente do Colégio Permanente de Diretores de Escolas Estaduais da Magistratura
(Copedem), apresentou o painel acerca da Agenda 2030 e o novo perfil de
formação judicial. Foram levantadas questões sobre a relação do ser humano com
as novas tecnologias e os impactos que atingem o Poder Judiciário: “As novas
tecnologias vieram para ficar, não há mais como retornar ao mundo anterior. No
entanto, é preciso ter cautela com isso e olhar o homem pela sua dignidade,
principalmente aqueles que têm maior dificuldade de compreensão e de utilização
[das ferramentas digitais]”.
O último painel do Encontro foi ministrado pela desembargadora Regina
Célia Ferrari Longuini, diretora da Escola do Poder Judiciário do Acre, com o
tema “Um Olhar para as Especificidades da Educação Judicial na Amazônia”. Na
oportunidade, ela lembrou diversas experiências dos anos em que atua na
magistratura acreana. “É um campo específico no qual nós estamos mergulhados,
cujas ações são bem específicas, como os cartéis do tráfico de drogas, as
nossas fronteiras, o tráfico de pessoas, de madeira, pesca e caça ilegais,
guerra entre as facções e o contrabando de armas. Enfim, há muitas
especificidades que precisam ser cuidadas pelas escolas”, disse a magistrada.
Encerrando as atividades no Pleno Histórico da Emeron, foi realizada a
confecção e leitura da Carta de Porto Velho (Carta do Rio Madeira). O documento
lista os objetivos e compromissos assumidos pelos presentes em prol da educação
judicial na Amazônia.
Para finalizar o evento, na parte da tarde, os participantes se
dirigiram ao Centro Cultural e de Documentação Histórica, onde puderam
acompanhar uma apresentação de clarinete do servidor do CCDH Wagner Santos, que
tocou várias músicas no pergolado do pátio central do prédio. Os visitantes
também conheceram o acervo fotográfico e documental, incluindo a exposição permanente
Sete Samurais, que conta a história dos primeiros desembargadores do TJRO, bem
como a mostra temporária do artista plástico local Botôto.
Veja as fotos do 2º dia do Encontro de Diretores de Escolas Judiciais da
Amazônia no Flickr da Emeron.
Fonte: Assessoria de Comunicação – Emeron
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