A campanha “Paz em Casa”, recomendada pelo Supremo Tribunal Federal e aderida pelo Tribunal de Justiça de Rondônia, ganhou nas comarcas diversas ações. Em Colorado do Oeste, por exemplo, o destaque foi a peça de teatro montada por servidores para contribuir com a conscientização contra a violência doméstica. A disseminação da mensagem pela pacificação das relações familiares ocorreu nas escolas da rede pública, com bastante sucesso entre o público de estudantes.

Cinema

Outra atividade desenvolvida como mobilização é a exibição de filme com temática da violência, voltada para grupo de vítimas e agressores. Os grupos atendidos por esta etapa do projeto são divididos para evitar constrangimentos. “Vamos realizar duas sessões. Uma apenas com os agressores e outra com as vítimas”, explicou a administradora do fórum de Colorado do Oeste, Terezinha Domingos dos Santos Carvalho.

Após as sessões é feito um debate com a participação de psicólogos, assistentes sociais e profissionais do direito, oportunidade para trazer à tona os aspectos causadores da violência, entre eles os preconceitos de gênero, o machismo, ou mesmo a dependência emocional ou financeira. “A participação dos grupos é fundamental para esclarecer, informar e combater o ciclo da violência intrafamiliar”, observa a juíza Marcia Regina Gomes Serafim.

Concurso

Os alunos da rede pública de educação do município de Colorado do Oeste poderão ainda participar do concurso de redação desenvolvido pelo fórum. Os três melhores textos serão premiados e o vencedor do concurso ganha um computador portátil (tablet).

Uma exposição de cartazes também foi inserida na Semana da Justiça Pela Paz em Casa. Um grupo de alunos passou pelos corredores do fórum para conferir de perto os trabalhos desenvolvidos.

Dados

De acordo com a assistente social do TJRO, em Colorado do Oeste, Eliete Ferreira de Freitas, um levantamento feito nos últimos três anos (contados a partir de 2012) revelou que o município registrou 268 casos de violência doméstica, a maioria de ameaças. Levando-se em conta que o número de habitantes é de 19 mil, o número de processos relativos à violência doméstica, comparado à quantidade de moradores da comarca, indicam que os casos de agressões dentro de casa podem ser muito maiores do que os registrados, porém acabam sendo silenciados por qualquer que seja a parte envolvida.

A assistente social Eliete Ferreira de Freitas conta que a dependência financeira, bem como o medo da concretização da ameaça, dentre outros problemas, contribuem para que os casos não sejam denunciados. Ela explica que o problema é transgeracional, e que normalmente o agressor ou a vítima têm histórico de violência contra si ou a membros próximos da família.

“É muito difícil romper o ciclo de violência, uma vez que as pessoas alvo desse problema social dificilmente falam sobre o assunto e a justiça não consegue ampliar sua rede de combate, em decorrência do silêncio. Normalmente tensões familiares são resultantes do início da violência, que começa por ameaças psicológicas e podem evoluir para agressões físicas”, explica.

O desenvolvimento da culpa por parte do agressor também é comum. A assistente social conta, ainda, que apesar de as ameaças cessarem por um período após um ataque, normalmente voltam com mais intensidade. “É muito importante denunciar”, defende.

As atividades relativas à campanha Paz em Casa no fórum de Colorado do Oeste vão até o final da semana.

Assessoria de Comunicação Institucional