Notícias do TJRO
 
05/05/2025 17:49

Além dos atendimentos, são distribuídas cestas básicas e até ração para cães

 A foto mostra o barco da justiça com várias canoas estacionadas ao lado.

 

O Barco sequer conseguiu chegar às margens das localidades de Ressaca e Papagaios. Por conta do nível do Rio Madeira, além do barranco, é perigoso ancorar próximo à terra firme, que nem está tão firme assim. Ao contrário, está mole e barrenta, difícil de caminhar. Então o barco ficou a alguns metros, e as canoas foram chegando com as pessoas em busca de atendimento.

As “voadeiras” como são chamados os pequenos barcos dos ribeirinhos, ficaram estacionadas e formaram um congestionamento até que todos os serviços fossem realizados. O esforço para subir no barco da Justiça é uma metáfora da vida do ribeirinho, que se equilibra e persiste para ter acesso a direitos básicos, que nem sempre podem alcançar.

A colagem de fotos mostra o rio tomando as casas das comunidades e o estacionamento de canoal ao lado do barco da Justiça.

Como tudo acontece no barco, inclusive a fila para o atendimento, o espaço fica mais apertado. Nada que prejudique o trabalho de uma equipe aguerrida e preocupada em suprir todas as necessidades da população das duas localidades.

Ao todo foram 271 atendimentos em Ressaca e 390 em Papagaios, a maioria busca por documento de identidade. E também a maioria aproveitou mais de um serviço ofertado pela Justiça Itinerante como o casal Manoel Marque Laborda e Ângela Maria Ramos Vieira, que depois de 33 anos de união, aproveitou a presença da Justiça para se casar. “É sonho de todos, né?”, disse Ângela já com a certidão nas mãos.

Tereza Gomes Ramos, que mora na Ilha de Assunção começou o atendimento em Ressaca, onde o registro de nascimento foi atualizado. Já em Demarcação, voltou para fazer o RG, CPF e título de eleitor.  “Fomos muito afetados pela enchente, a roça foi alagada e até um pedaço da minha casa ficou debaixo d´água”, contou a agricultora que perdeu a plantação de mandioca e banana. Além do atendimento ganhou cesta básica. “Chegou em boa hora, fico muito agradecida. Fui muito bem recebida pela equipe toda”, finalizou

A colagem de fotos mostra os personagens narrados na reportagem: o casal, dona Tereza e o servidor Magno.

Carlos Magno Souza, que atendeu Tereza, lembrou que foi necessário fazer uma restauração do registro da agricultora. “Imagina se fosse em Porto Velho, levaria mais tempo e geraria despesas. De forma ágil e não burocrática, ela saiu com todos os documentos e a cidadania plena. É muito gratificante realizar esse trabalho. Sinto orgulho de fazer a diferença na vida dessas pessoas”, refletiu.

Nas duas localidades foram distribuídas cestas básicas, fardos de água mineral e até ração para cães, que também sofrem muito com a enchente.

 

Alagamentos

A colagem de fotos mostra os vários momentos da equipe psicossocial visitando os ribeirinhos

A equipe psicossocial aproveitou para fazer algumas visitas. De voadeira, foram até as casas dos ribeirinhos divulgar programas do Tribunal de Justiça, direitos e fazer acolhimento de situações geradas pela enchente.

Como na casa de Emiliana Ramos de Souza, 64 anos, que nasceu e viveu a vida toda em Ressaca.  Agricultora aposentada contou que a enchente acabou com toda a plantação de banana da comunidade. “Também não tem como fazer farinha, a roça foi alagada. Só no ano que vem que vamos plantar de novo”, disse. Emiliana contou, ainda, que faz dois meses que o Rio está assim, mas já esteve com nível mais alto. Mostra onde a água alcançou sua casa, acima do assoalho.

Em algumas das famílias, a equipe psicossocial se deparou com situações que já viraram processos, com pedido de medida protetiva e ainda denúncia de abuso sexual contra uma criança. “Nosso trabalho é orientar e também informar sobre o andamento e próximos passos do processo, por isso pegamos os dados para verificar”, explicou a psicóloga do TJRO Ana Paula Fróes Camurça.

 

Assessoria de Comunicação Institucional

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