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08/05/2025 17:01

A foto mostra os adolescentes de costas e o juiz falando ao fundo.

 

Adolescentes que cumprem medidas socioeducativas na Unidade Sentencial Masculina da Av. Amazonas se apresentaram no auditório do Fórum Geral César Montenegro para um público formado por representantes de órgãos e entidades do sistema de garantias. A reunião, proposta pela Vara Infracional e de Medidas Socioeducativas de Porto Velho, buscou a formação de uma rede de articulação para implementação efetiva do sistema de proteção no âmbito das medidas socioeducativas.

“A música é uma forma de valorizar a cultura, a sensibilidade artística e a dignidade dos jovens em cumprimento de medida”, destacou o juiz Flávio de Melo, titular da Vara.

Ele conduziu a reunião que apresentou a proposta de integrar esforços para garantir que o sistema infracional também seja orientado pelos princípios da proteção integral, conforme estabelecido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), pela Lei do SINASE e demais normativas correlatas.

“Acreditamos que o fortalecimento da rede e o incentivo a ações humanizadoras são fundamentais para a efetivação de um sistema socioeducativo mais justo, restaurativo e inclusivo”, pontuou o magistrado.

A assistente social Fátima Aparecida da Silva fez a apresentação do projeto Conexão Socieducativa, que prevê a viabilização de audiências concentradas com a participação ampliada de representantes das unidades socioeducativas, secretarias executoras de políticas públicas e entidades responsáveis por execução de projetos e ofertas de serviços, para que possam garantir a inclusão de adolescentes, garantindo-lhes o pleno exercício da cidadania.

O coordenador do GMF, juiz Bruno Darwich, também destacou a relevância de se encarar o cumprimento de medidas como uma responsabilidade de todos. “As audiências concentradas são nesse contexto uma fresta de luz, uma pausa no ruído institucional para que possamos escutar trajetórias, identificar fragilidades e construir, de forma intersetorial, alternativas reais de responsabilização e de cuidado. Que a medida socioeducativa seja de fato educativa”, defendeu o magistrado.

A colagem mostra vários momentos da reunião como a mesa  de autoridades, apresentação dos técnicos e número musical dos adolescentes.

Outra apresentação foi feita pela representante do Pnud/CNJ em Rondônia, Lua Clara Fonseca, sobre o programa Fazendo Justiça, justamente na interseção com o sistema socioeducativo. “Pensamos na aprendizagem enquanto uma ação estratégica para potencializar o desenvolvimento desses adolescentes, o resgate e a reinserção social mesmo”, acrescentou a técnica.

“A participação dos nossos adolescentes hoje aqui foi fundamental para que se pudesse dar uma visibilidade a esse público, que tanto necessita do nosso olhar em termos de garantia de direito, de garantia à proteção integral desse ser em desenvolvimento”, ressaltou o presidente da Fease - Fundação Estadual de Atendimento Socieducativo, Antônio Francisco Gomes Silva.

O promotor Matheus Gonçalves Sobral, da 21ª Promotoria de Justiça, que atua na área da Infância e Juventude da capital, reconheceu a iniciativa como essencial para construir uma relação de confiança entre as instituições e os adolescentes autores de atos infracionais. “Se o adolescente não pode confiar na autoridade que faz a fiscalização do sistema socioeducativo, se a autoridade apresenta uma palavra e não cumpre, que exemplo vamos dar para ele?”, refletiu.

 

Assessoria de Comunicação Institucional

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