Novo fórum da Comarca de Jaru recebe exposição fotográfica do Mês da Mulher

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Terça, 21 Março 2017 10:46

Novo fórum da Comarca de Jaru recebe exposição fotográfica do Mês da Mulher

Novo fórum da Comarca de Jaru recebe exposição fotográfica do Mês da Mulher

Exibição de filme também desperta reflexão

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O novo espaço dos usuários da Justiça em Jaru, logo após ser inaugurado, já recebe a circulação do projeto Mês da Mulher no Poder Judiciário. As fotos da Mostra "O nome da resistência é mulher", da fotógrafa Marcela Bonfim estão no hall de entrada do prédio, assim como os catálogos com imagens e histórias de mulheres fortes, guerreiras e sobretudo, resistentes. Até sexta-feira, dia 24, é possível conferir as belas imagens captadas pela artista, que esteve na abertura da exposição na comarca, assim como participou de um bate papo feito com servidores e comunidade no auditório do fórum, na atividade batizada de Cine Reflexão.

expojarued4A itinerância do projeto consiste em levar a exposição para comarcas do interior, e no dia da abertura, realizar uma exibição de filme com a temática da violência contra a mulher. Desta vez o filme exibido foi o documentário "Quem matou Eloá?, de Lívia Perez, obra que questiona o tratamento que a mídia dá a mulher em casos de violência doméstica, um reflexo e perpetuação da cultura machista, que apaga e desvaloriza a mulher.

expojarued18"Em muitos casos, de vítima ela passa a ser ré", lembrou a assistente social Ana Paula Marfia. O filme foi comentado pelas profissionais do núcleo psicossocial da comarca, que o relacionou com o cotidiano de atendimento às mulheres vítimas de violência na comarca. "É alto o índice de medidas protetivas em Jaru", revelou a psicóloga Joseline Souza Castro.

expojarued6No bate papo com a fotógrafa Marcela, as dificuldade da mulher, sobretudo a negra, para vencer preconceitos e superar constantes violações de direitos. "Na na escola eu sofri muito bulling porque era a única negra naquele ambiente", contou a artista sobre as agressões racistas que recebia dos próprios colegas. A artista, que é formada em economia pela PUC de São Paulo, por meio de sua experiência, demonstrou o caminho para uma ativismo social pela garantia constitucional dos direitos da mulher negra. "Os estigmas sociais são bem maiores para a nós", salientou.

expojarued17Para o juiz Elsi Dalla Riva, a exposição, na nova casa do Judiciário em Jaru, traz não só beleza e valor artístico, mas a conscientização sobre os direitos essenciais da mulher, garantidos pela lei, mas ainda não consolidado em razão dos costumes e comportamentos condenáveis de uma sociedade pratiarcal.

Algumas imagens, algumas histórias

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Os expectadores que frequentam a exposição podem ter acesso a textos sobre as retratadas em um catálogo, publicado pelo departamento gráfico do Tribunal de Justiça. Abaixo alguns exemplos das histórias registradas junto com os cliques de Marcela Bonfim.

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Carol, mãe. Carol, menina, apesar de mulher.

Era uma tarde de 2015. Na sala da casa da militante negra Ana Maria conheci Carol, sua filha mais nova. Aliás,.ela também me conhecia naquele momento. Lembro-me daquela combinação quente e fria no olhar, quando dividia a atenção  entre mim e o Heitor, o bebê, que não desgrudava do carinho da mãe. Carol tem descendência caribenha por parte de pai. Embora menina, é mãe e  atualmente encontra-se em extremo estado de vulnerabilidade. Vive nas ruas por conta da dependência química. Carol, essa menina-mulher, perdeu o que buscava. Agora busca o que perdeu. Força, Carol!

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Negra, índia e mulher

Entre as gratas surpresas da vida, Taila Wajuru, essa menina-moça com responsabilidades e anseios de mulher. Líder do movimento indígena da comunidade de Porto Rolim. É dona de traços ancestrais marcantes que permeiam seu destino, além de conduzir outras vidas. Aliás, de toda uma aldeia que também é fruto também de quilombo das matas do Vale do Guaporé, região desconhecida do mapa do negro no Brasil. Mas que colore a história de Rondônia com a beleza do infinito gradiente de cor que é a pele negra. A pele dessa negra, índia e mulher. Vilhena (RO), outubro de 2015.

A janela dos olhos de Catarina

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Ao chegar no quilombo de Pedras Negras, a primeira vista é de dona Catarina. Da beira do barranco já se enxerga a janela e os olhos. Aquela era a minha primeira vez no quilombo de Pedras Negras. Aproximei-me. Quis saber um pouco mais sobre aqueles olhos que falavam mais que a boca. E tinha dor. Era explícita a marca em suas retinas. Dona Catarina ainda sentia o falecimento da filha mais nova (de menos) de 10 anos. Eu sabia que faltava algo naquela janela...  Quilombo de Pedras Negras. São Francisco do Guaporé (RO), maio de 2016.

Divina Tomázia

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As primeiras emoções da Fotografia eu senti na Festa do Divino. Em Rondônia, a Festa existe há mais de 123 anos. E tem a tradição das visitas às casas dos devotos, uma a uma. É todo um ritual baseado na corte portuguesa, que envolve 45 localidades entre Brasil e Bolívia. Desde comunidades quilombolas até os povos indígenas e outros povoados à beira do Guaporé. Foi nesse universo que encontrei dona Tomázia, devota de Pimenteiras. Acompanhando a saída da Coroa apenas com os olhos e a satisfação de quem recebeu a visita de uma Rainha. Não trocamos nenhuma palavra. Nem olhares. Senti que ali, com aquela imagem, ela me entregava um presente, a inspiração. Vale do Guaporé. Pimenteiras (RO), 2015.

Mulheres em movimento

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Em 2014 conheci Ana Maria. Junto com ela, dona Úrsula Maloney. Estávamos num seminário em comemoração ao Vinte de Novembro, onde a maioria dos palestrantes era homens. Mas para minha grata surpresa, Ana foi chamada. Sempre ouvi falar da Ana. Todos me diziam que eu deveria conhecê-la. Finalmente nos encontramos. E que encontro! A imagem fala por si. Na palestra ela contou sobre sua experiência na militância negra em Rondônia, inclusive os aspectos da saúde do negro, sua especialidade. Mas o que marcou foi a forma como tratou a questão da autoestima da mulher negra. Grande contribuição. Aquele dia recebia mais que uma amiga, uma referência. Passei a ser movimento.Teatro Banzeiros. Porto Velho (RO), novembro de 2014. 

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